23 novembro 2012

do fantasma*

O que é espantoso, também, é que o valor e os feitos de uma pessoa, sejam eles quais forem, tenham de encontrar a sua consumação na retaliação da inquisição biográfica. O homem que tem o domínio das palavras, o homem que toda a sua vida inventa as histórias, acaba, depois de morto, por ser lembrado, quando muito, por uma história inventada a seu respeito, em que a sua marca oculta de vulgaridade é descoberta e descrita com impiedosa franqueza, clareza, certeza, com solene preocupação pelas mais delicadas questões de moralidade, e com nada modesta dose de prazer.
* O fantasma sai de cena Philip Roth

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...velhas trapaças...