18 dezembro 2010

pode ir *

Faz um esforço. E sê digno da tua grandeza de homem, que é muito maior do que tudo o que a humilhar.
Vergílio Ferreira in Pensar

* argh

24 outubro 2010

Confiança na Providência (Lc 12,22-31)

25«Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? 26Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?

27Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?

28Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! 29Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?

31Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ 32Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. 33Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. 34Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»

eu sei que...

há isto e mais isto... e ainda mais isto e isto e isto para fazer...

let me just breath

17 outubro 2010

vamos antes tentar descobrir e percorrer juntos as amplas avenidas por onde caminha a esperança. *



Por isso, espero sinceramente que estas palavras vão ao encontro das suas expectativas e possa, pelo menos, motivar alguma reflexão pessoal e suscitar algumas dúvidas.
A todos, o meu obrigado pela vossa bondade.
* Frei Fernando Ventura in Roteiro de Leitura da Bíblia

[e pronto, era isto, este vídeo e estas palavras, há muito a quererem entrar neste blog]

09 outubro 2010

filha de um deus menor *

também quero bilhetes de borla para os U2
também quero viagens pagas
também quero noites pagas em hotéis

...

e pronto!

* profissionalmente falando

24 setembro 2010

22 setembro 2010

sê digno da tua grandeza de homem, que é muito maior do que tudo o que a humilhar *

* Vergílio Ferreira

[esquece o trabalho, esquece]

quando a língua não entaramela quando deve...

e os dias estão tão longos, e as semanas tão longas, e a saudade de casa. a saudade de ser filha do senhor O. e da dona N. saudade de tempo a olhar, de ouvir, de sentir, de rir, de... de mim.

30 agosto 2010

You make me wanna be a little better all the time *



* Beautiful boy

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.
Primeira Epístola aos Coríntios

26 agosto 2010

This pricey stuff makes me dizzy *

I'm too tired to drive anyway, anyway right now
Do you care if I stayed?

* National

Pilates *




* "Equilíbrio perfeito entre corpo e mente é aquela qualidade do homem civilizado, que não somente dá a ele uma superioridade sobre o reino selvagem e animal, mas também provê ao mesmo todos os poderes físicos e mentais que são indispensáveis para atingir o objetivo da humanidade - SAÚDE e FELICIDADE"

02 agosto 2010

querer continuar a viver sem que o grau de vida degenere, *

antes aumente constantemente a vontade de dizer, explícita, a impossibilidade de dizer, ou de indizível.
* Maria Gabriela Llansol

[por si, por nós, pelos nossos, pelos outros]

25 julho 2010

do fim de semana

O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo.
Vergílio Ferreira

e de todo o tempo fora do trabalho

23 julho 2010

15 julho 2010

23 junho 2010

houve um dia destas semanas que pedi...

...para levarem o indicador de cada mão ao nariz. e depois de tanto, tanto esforço não conseguiram cumprir esta tarefa tão simples.

[medo]

18 junho 2010

um sorriso delimitando infinitos pactos de entendimento numa arca de alianças eternas dos homens de boa vontade *

O debate tinha chegado ao fim. Dois sábios tinham arguido os seus pontos de vista tão opostos como o fogo e a água. "a Pilar como se dissesse água". Tinham brandido naipes de conceitos que buscam há décadas em abismos de milénios profundos. E jogaram-nos em palavras de infinita precisão. Mais de 70 anos de um lado. Mais de 80 do outro: - Não tenho 87. Tenho 86. Diz um grito de rispidez de quem sabe que doze meses de vida são 365 milhões de eternidades. Ou 366. "a Pilar, que não deixou que eu morresse". "Também eu estive muito doente, de resto só esta semana é que voltei a dar aulas" disse o outro. Falaram de Deus e de deus com a eloquência dos conhecedores que já tinham pressentido os fins de tudo e tinham regressado mais um bocadinho. "a Pilar, os dias todos". Falaram da Palavra que ficou repetida em mil livros e mil línguas. "a Pilar, que ainda não havia nascido, e tanto tardou a chegar". Falaram da palavra que ficou e da que foi perdida. Da palavra do senhor que não se ouviu e da do Senhor que foi inventada. Falaram do princípio dos tempos que os dois procuram como nómadas por desertos ouvindo os murmúrios divinos que ambos julgam escutar. Um, os silêncios. O outro, os cânticos. Discutiram tudo isto com um reluzente brilhantismo apaixonado. Falaram sempre com uma afagante cordialidade que contagiou. Que enterneceu. Que foi solene. Que foi importante. Um apelo no fim. "Que a Declaração Universal dos Direitos do Homem inclua o direito à dissidência. E o direito à Heresia. "Oh homem, você não pode ser herege, não precisa disso se não acredita. Eu sim. Se escrevesse isso seria herege". Disse, defendendo as imagens e interpretações que vão adaptando o bem e o mal divino à vontade humana. "Mas quem é que vos deu o direito para alterar…para interpretar a Bíblia". E acabou. Infelizmente. Carreira das Neves o Catedrático franciscano foi o primeiro a levantar-se e a chegar-se a Saramago (ainda sentado) e num longo afago mascarado de aperto de mão prometeu uma ida a Lanzarote. "Qualquer dia". "Isso enchia-me de felicidade" Disse Saramago abrindo mais um sorriso delimitando infinitos pactos de entendimento numa arca de alianças eternas dos homens de boa vontade. Eu fiquei aos 62 anos subitamente cheio de vontade de chorar e de gratidão. Porque vivo no país de Saramago que tem como pátria a minha língua. Porque viajo com ele em jangadas de pedra que cruzam atlânticos e em passarolas que passam por cima da profunda maldade dos banais. Porque saltito pelas cortes de reis passados e impérios futuros montado no elefante mágico que ele nos deu para impressionarmos o universo. Porque sou também da pátria dele e sei que ele há-de viver por muitos anos nas ruas da minha cidade e ocasionalmente eu posso cruzar-me com ele, como a Joana Latino, minha colega, disse que gostava de fazer quando o entrevistou em Lanzarote. Porque ele vai continuar a ajudar-me a entender mais mundos que ainda não foram descobertos e que ele já conhece, porque viveu sempre na terra de amanhã onde eu nunca entrei. E que mos vai dando um a um. E eu fico mais rico. Porque ele vai continuar a começar os seus livros com dedicatórias encantadas com os hinos à vida de infinita beleza que só ele sabe compor. "a Pilar, a minha casa". Porque "sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo" como disse Ricardo Reis no ano da sua morte. Porque só há um país no mundo inteiro que tem um José Saramago e é o meu país. E o dele. Graças a Deus.
* Mário Crespo

[o encontro, esse era para ser em Agosto]

16 junho 2010

dar graças

festejar O amor
celebrar A vida


24 maio 2010

do insondável *

No insondável de nós, com a sua mutabilidade, se decide radicalmente a escolha do quem somos. E é esse quem somos que se enfrenta com as inumeráveis situações em que o sabemos – ou ficamos sem saber até à morte para muitas situações que a sorte nos tirou do caminho. É nessa relação da nossa liberdade com o incognoscível de nós que se cria o nosso «equilíbrio interior» - que é o único fundamento para as verdades humanas, com a determinação sensível do que está certo ou errado. A verdade é o amor – escrevi um dia. Porque toda a relação do mundo se funda na sensibilidade, como se aprendeu na infância e não mais se pode esquecer. (…)
o que exprime o nosso equilíbrio interior, gerado no impensável ou impensado de nós, é um sentimento estético, um modo de sermos em sensibilidade, antes de o sermos em razão ou mesmo em inteligência. Porque só se entende o que se entende connosco, ou seja, como no amor, quando se está «feito um por o outro». Só entra em harmonia connosco o que o nosso equilíbrio consente.
E só o consente, se o amar. (...)

* do impensável (Vergílio Ferreira in Pensar)

23 maio 2010

08 maio 2010

estrela pura aparecida ... eu te proclamo *



* Vinicius de Moraes
coisa tão mais linda

02 maio 2010

meia dúzia de coisas essenciais: *

o riso, o amor, os objectos amigos, todas as cores da história da pintura, o sol da manhã e o aceno cúmplice dos pássaros.
* Eduardo Prado Coelho

para dar as boas-vindas a maio...

29 abril 2010

pois

pois
conj.
1. Por conseguinte, portanto, logo.
2. Então, nesse caso.
3. No entanto, mas.
4. Visto que, porquanto, pois que, porque.
adv.
5. Pois sim, pois claro, por certo, pois não. (Emprega-se também como partícula expletiva: Pois hei-de! sair com este tempo.)


what hell? é tudo uma palhaçada! "lavar as mãos", eis o que faz!

26 abril 2010

milagre *

milagre
s. m.
Facto sobrenatural oposto às leis da Natureza.
Portento, maravilha, prodígio.


* Precisa-se. (espero que ocorra até amanhã!)

21 abril 2010

olhos brilhantes

é o diálogo, minha gente, é o diálogo!

08 abril 2010

Sabes o que é que ele ** diz? *

que consta nos astros, nos signos, nos búzios, eu li um anúncio, eu vi nos espelhos, está no evangelho garantem os orixás, dizem os autos, os dogmas, as bulas, consta na pauta, na carne, está no seguro, mandei fazer um cartaz, passou na novela, picharam no muro, serás o meu amor, serás amor a minha paz.
* in Sétimo Véu de Rosa Lobato Faria

** Chico Buarque

Eu só vou se for prá ver / Uma estrela aparecer *



* Senhor Vinicius de Moraes

Ah! Coisa tão mais linda! ;)

06 abril 2010

neura

s. f.
1. Neurastenia.
2. Irritação, nervosismo; mau humor.
3. Ideia fixa, mania, maluqueira.

30 março 2010

29 março 2010

se dúvidas houvesse...

Photobucket

... esta lua, este céu as dissipariam! estamos mesmo na semana Santa.

23 março 2010

conversas

- não penses que queria passar por cima de ti.

[tenho para mim que quem nega o passar por cima de ti o fez, o faz e continuará a fazê-lo]

22 março 2010

I sometimes get this strange and sort of uncontrollable urge to want to go home*

* Georg Hólm

Lar é onde se acende o lume e se partilha mesa e onde se dorme à noite o sono da infância.
Rosa Lobato Faria

17 março 2010

a maravilha da natureza

como tudo foi pensado até ao mais ínfimo pormenor. fantástico (apesar de implicar o dobro do trabalho).

16 março 2010

conversas com alguém de palmo e meio

- vou ter que mudar de borracha que este ouvido é maior que o outro. sabias que este ouvido é maior que o outro?
- sabia.
- sabias?
- sabia.

[eheh, palmo e meio com menos de três anos e com muita, muita certeza]

08 março 2010

que quer dizer «mais tarde»? *

E então tu voltas lentamente a cabeça e perguntas: que quer dizer «mais tarde»? Mais tarde quer dizer que depois do azul é ainda azul.
* Eduardo Prado Coelho

[depois do azul é ainda azul e isto deve valer, tem que valer para tudo]

05 março 2010

03 março 2010

últimas de Saint-Malo

Recebi há dias o livro Pensar de Vergílio Ferreira.*

"É preciso clamar até aos astros que a verdade somos nós. E que a sua razão última, contra todas as perturbações e oposições no dizer e pensar, é o porque sim, que é a última razão indiscutível já sabida desde a infância. E que aquilo que disso depende, é o nosso equilíbrio interior, como já disse, esse que nos orienta no amor, no riso, na admiração de uma obra de arte e no mais. Não, não, o que não cabe no que se diz - e não cabe afinal em nenhum dizer - não deve calar-se, para não calarmos isso mesmo que aí estamos a dizer: é disso mesmo que devemos falar, a menos que os outros a quem o dizemos não sejam outros, mas apenas calhaus, com outro feitio..."
Vergílio Ferreira citado por * Eduardo Prado Coelho in tudo o que não escrevi


[o que ou quem vem a seguir Senhor Prado? usa e abusa da palavra generosidade. nós é que temos que recorrer à palavra generosidade para falar da imensidão da sua escrita e por nos ajudar a ser menos calhaus]

02 março 2010

então...

o Senhor Prado chegou a Saint-Malo e...

ontem foi um dia (...) interessante quanto a verdadeiras descobertas. (...) tivemos a apresentação de Luis Sepulveda, autor do primeiro romance que se intitula Le vieux qui lisait des Romans d'Amour, título soberbo, (...)
Eduardo Prado Coelho

conversas com alguém de palmo e meio

- quantos anos tens?
- tenho quatro anos e meio.

- então fez cócegas?
- não. fez um barulho esquisito, não muito esquisito. só um barulho esquisito.

[eheh ;)]

28 fevereiro 2010

esta manhã foi-me dado um verso*

Esta manhã foi-me dado um verso mas antes
de o dizer direi
que sinto a melancolia que o poeta sente
antes de escrever o seu poema. Nada
mais. O verso
foi-me dado sem o pedir estava eu
a ornamentar com pétalas da minha boca
a pele de quem amo, a desviá-las
de um vale para o outro, do ventre para os seios
dos seios para o pescoço
os dedos a boca os cabelos
enquanto ouvíamos o álcool dos anjos
o Stabat Mater de Pergolesi e subitamente
lembrei-me que beijos são pequenos animais
perseguidos, conchas de som que nascem
junto dos ribeiros que vão correndo para os campos
de batalha onde foram ninhos de
cerejeiras; estava eu a despir a camisa
de quem amo e foi então que o verso
caiu, dois versos, entre o meu corpo e o corpo
dela como se eu o tivesse copiado
de um poema de Kavafis: O rio mais íntimo que posso dar-te
é o silêncio. E continuei a amá-la
silenciosamente.

Casimiro de Brito in Livro das Quedas

[...esta noite foi-me dado um verso...]

24 fevereiro 2010

tenho que recorrer novamente à palavra "generosidade" *

não é possível salvar
os amantes,
condenados pelos pecados originais
da fala
Maria Teresa Horta

* Eduardo Prado Coelho

[bem-haja pela generosidade, e continuação de boas escritas.]

anda, vem sentar-te comigo nesta falésia, anda ver o mar *

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Não esqueço
nada: abraçado
à chama dos meus dias
também ardo
sabendo que sou
já cinza.
* Casimiro de Brito

16 fevereiro 2010

do you want build a home with me?



build a home, a family... build a life!

15 fevereiro 2010

rainbow nation *

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
* Invictus

i say: rainbow world
i say: rainbow world thanks to you and your unconquerable soul

11 fevereiro 2010

e continuo aqui (nesta espécie de tempo) *

No dia do seu funeral, enquanto eu regressava a Lisboa, houve uma pedra pequena que me acertou no pára-brisas. Vi-a lançar-se do atrelado de um camião, aproximar-se num arco e acertar no vidro. Não o partiu, mas deixou-lhe uma marca. uma cicatriz no vidro: encontro simbolismo nessa imagem quotidiana. E continuo aqui. Podem imaginar-me uma expressão que vos pareça apropriada, podem imaginar esta luz, a temperatura do silêncio à minha volta, o antes e o depois. Eu continuo aqui, um corpo, uma presença, neste mistério feito de dias sucessivos, feito de anos baralhados, nesta espécie de tempo.
*José Luís Peixoto, Visão 11 de Fevereiro de 2010

07 fevereiro 2010

Tocamo-nos um ao outro, e como? Por golpes de asa, / mesmo à distância sentimos a presença do outro. *

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Vinhais (porque foi exactamente assim - a janela abriu-se e a montanha entrou impetuosamente)

* Rilke

levantei-me e parti **. fui em direcção à montanha. encontrei igrejas lindíssimas, castelos, conventos, caretos, nativos...
Amei a existência**


**Al Berto

03 fevereiro 2010

o meu espelho eram os olhos dos homens *

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.
* Rosa Lobato Faria, por voz própria

29 janeiro 2010

deixe-me ser só ser *

saudades do senhor prado, do senhor assis, do senhor rilke, do senhor pasternak, do senhor barthes, da senhora llansol, do senhor vergílio


um dia todos os dias serão nossos

* Sara Tavares

28 janeiro 2010

oh, we must leave at once *



* Pride and Prejudice


(os verdadeiros, Miss Bennet e Mr. Darcy)

18 janeiro 2010

dialógos interessantíssimos... pelo meio, muitas tonturas

- eu sou de Mogadouro. (...) já pensei voltar... mas ia ser advogado das ovelhas?

- eu estudei em Coimbra na altura da crise estudantil, e por isso tive que ir fazer o serviço militar mais cedo.

- eu não queria casar. mas apareceu uma búlgara que me fez mudar de ideias.

- tudo vem por bem. (e a pensar naquele diálogo - You've ruined it for me, you know.)

17 janeiro 2010

Não temos ideias, temos só a perfeição de estar *

as relações humanas são muito subtis mas há requintes de comportamento que só podem ter aqueles que não andam para aí famintos e sequiosos do amor dos outros.
António Alçada Baptista

* Vergílio Ferreira

15 janeiro 2010

try a little...

tenderness

do dia

sobrevivi.

[obrigada amigo. como foi bom ouvir-te]

10 janeiro 2010

nevou na aldeia

e nunca tinha visto tal magia.


Lar é onde o frio nos aquece.

08 janeiro 2010

o teu rosto levanto voo com as aves *

* o teu! Parabéns manita!

Photobucket

[Mais uma vez tenho que recorrer à palavra “generosidade” (…)
Enquanto alguns vivem completamente aprisionados pelos mecanismos do ressentimento, e apenas se voltam para o exterior para obterem a confirmação do que já sabem ou a consagração dos seus dotes, outros são capazes de viver, em todas as idades que atravessam, numa permanente abertura em relação ao real, porque não têm a ilusão absurda de tudo terem lido e conhecido, mas sabem que estão apenas no princípio, nas primeiras páginas, nas primeiras palavras.
Eduardo Prado Coelho]

07 janeiro 2010

peace

Peace isn't a permanent state. It exists in moments. Fleeting. Gone before we knew it was there. We can experience it at any time, in a stranger's act of kindness, a task that requires complete focus or simply the comfort of an old routine. Everyday we all experience these moments of peace. The trick is to know when they're happening so that we can embrace them, live in them.
Grey's Anatomy

07 de Janeiro de 1977 - a Lição

Chega agora, talvez, a idade de uma outra experiência: a de desaprender, de deixar germinar a mudança imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessámos. Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda que ousarei aqui arrebatar, sem complexos, à própria encruzilhada da sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria e o máximo de sabor possível.
in a Lição de Roland Barthes

05 janeiro 2010

tudo vem por bem

- é, não é?
- sabes bem que sim.

[diálogos de pensamento]

04 janeiro 2010

em jeito de...



...prenda de natal, prenda de anos antecipada. qualquer coisa do género!

03 janeiro 2010

palavras para

a chuva que cai

o vento angustiado e magoado

sem palavras para a insónia.

...velhas trapaças...