15 setembro 2007

"Entaramela-se-me a língua no acto de dizer mas não na inteligência e o sentir no acto de sentir e entender. Mundo virgem no infinito mistério e a realidade de si no instante de se criar, de existir, de aparecer. Oh, não te distraias. E economiza átomo a átomo, filamento a filamento a virgindade de toda a revelação. Para que a tua vida se esgote no esgotá-la. Para que nada fique do que ainda te pertence quando não te pertencer. Para que sobre a terra haja um homem que és tu que nada tenha desperdiçado do que veio ter consigo. Para que todo o mistério da vida se aproveite no teu aproveitá-lo. Para que toda a magnitude do que existe não tenha sido em vão. E tudo possa morrer contigo e não fique de ti na sua inutilidade."

in "Para Sempre"
Vergílio Ferreira

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...velhas trapaças...