05 março 2009

pois...

o mistério envolve a essência do ser humano (…) mas (…) não quero aproximar-me dele com aquela serenidade que estava montada sobre a tristeza e sobre a angústia. (…) qualquer coisa me dizia já que era preciso procurar o amor, que ele é o encantamento e alegria e que só aí poderia lá chegar. Era um palpite vago e difícil de explicar, como vagos e inexplicados são tantas vezes os sentimentos, as intuições, as saudades do que não chegou ainda à história, os ilocalizados apelos e as aspirações, no fundo, tudo o que dá ao ser humano aquela qualificação que o faz ter relações privilegiadas com o universo e que nem sempre é visível à objectividade do mundo.
in O Riso de Deus de António Alçada Baptista

[e o universo não conspira para que nós estejamos um dia cara a cara?]

Um comentário:

Rui disse...

belíssimo texto este...
:-)

...velhas trapaças...