03 abril 2009

Todas as mulheres, tanto as que estão destinadas à maior quietude, como as que estão destinadas à maior inquietação, deviam aprender um passo de dança, criado só para se desenvolver em todo o potencial a graça dos seus seios. (...)

Os seios sentem a loucura da dança com um frenesi que chega por vezes a assustar, porque parece que vão pegar fogo, que vão incendiar-se de tanto roçarem um no outro. (...)
Os seios na dança são como um mar embravecido, e a sua ondulação dá uma vertigem que embriaga. (...)

Os seios na dança não são do homem; libertam-se na dança, oferecem-se no altar dos sacrifícios, na ara em que arde o fogo, oferecem-se ao Deus varonil que ama essas oferendas, e ardem na ara como ardiam os carneirinhos que se ofereciam em holocausto. É na dança que os seios estão mais longe do homem, quando ninguém se pode aproximar deles, quando estão mais solitários e mais oferecidos a si mesmos.
Línguas de fogo da dança, suprema voragem, vórtice do espectáculo de viver que a vida pode dar, sinal de rebate que convém dar aos corações para que sejam livres, exaltados e revolucionários!
excertos retirados de "Seios" de Ramón Gómez de la Serna

[ei fantasma... é por isto que todas nós dançamos...]

Um comentário:

Rui disse...

linda imagem... :-)

...velhas trapaças...