27 janeiro 2009

sê contente. e respira *

esquece. esquece a amargura, os atropelos, o cansaço. e as maledicências, as traições, os rancores. esquece o trabalho que te traz em alvoroço e os fracassos de uma vida inteira e os projectos falhados para antes de começarem a ser projectos. e as invejas, as calúnias, as insídias como dentes por entre o sorriso. esquece. e sê contente. e respira.

* Vergílio Ferreira in Pensar

26 janeiro 2009

quando os vasos comunicantes nos levam...

...às lágrimas!

[i'm still crying to made you cry]

23 janeiro 2009

conversas

(entre um senhor de 67 anos e uma menina de 26 anos)

- e como é que eu me portei?
- bem, claro :)
- com uma professora como a menina... com tanta simpatia tinha que correr bem... a simpatia e a honestidade são os primeiros passos para que o trabalho corra bem...
(...)

- isso também lhe aconteceu? isso de não conseguir ripostar quando alguém é incorrecto e desonesto consigo?
- claro. queremos ser honestos e depois temos respostas que não estamos à espera e ficamos sem fala...
- mas olhe diga-me da sua experiência... isto aprende-se com os anos e com a experiência... ou não?
- sim. claro que sim. vamos aprendendo com a vida...
(...)


[e a pensar mal, muito mal, da classe médica...]

22 janeiro 2009

o tempo todo talvez esteja onde existimos. embora saibamos que nesse lugar nunca houve tempo nenhum *

cansei-me de te sonhar. cansei-me do sangue e da chuva, da memória dessas rotas difíceis.
donde te escrevo apenas uma parte de mim ainda não partiu.
(...)

quando te digo que vou de novo partir, perguntas-me: morre-se porquê?

caminhamos em direcções opostas. caminhamos sem destino pela cidade.
a febre aniquila-nos.
existem Índias por descobrir, no segredo da noite dos nossos desastres.
caminhamos neste espaço de penumbras e de incertezas - onde a fala já não cintila e as palavras são de cinza.

sobre as tuas mãos a sombra de um corpo, ou de um navio. o silêncio das viagens cumpridas. e no meio deste silêncio uma ideia de voz, uma treva agarrada à memória.
foi então que dei por mim a existir para lá da tua morte, como se asfixiasse. mas o passado não é senão um sonho. (...)
não vale a pena estar triste.
todas as histórias, todas as mortes, acabam por se apagar.
(...)
*Al Berto
We don't read and write poetry because it's cute. We read and write poetry because we are members of the human race. And the human race is filled with passion. And medicine, law, business, engineering, these are noble pursuits and necessary to sustain life. But poetry, beauty, romance, love, these are what we stay alive for.
Dead Poet Society

[a propósito ... e de conversas (im)possíveis]

21 janeiro 2009

vem *

vem.
com o teu sabor queimado em redor da noite.
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te
* Al Berto

[outra vez, a ler compulsivamente al berto...
por isto e isto]

19 janeiro 2009

emotional education


Moons and Junes and Ferris wheels
The dizzy dancing way you feel
As ev'ry fairy tale comes real
I've looked at love that way

But now it's just another show
You leave 'em laughing when you go
And if you care, don't let them know
Don't give yourself away

I've looked at love from both sides now
From give and take, and still somehow
It's love's illusions I recall
I really don't know love at all

Tears and fears and feeling proud
To say "I love you" right out loud
Dreams and schemes and circus crowds
I've looked at life that way

But now old friends are acting strange
They shake their heads, they say I've changed
Well something's lost, but something's gained
In living every day

Joni Mitchell

18 janeiro 2009

...da aldeia e dos seus habitantes...

...o homem deve dormir do lado da porta...

...os "eros" não são para apanhar bolor...

...ela já bateu à porta. quando ela vier eu só tenho que aceitar...

[para não se perder nas entrelinhas da memória...]

15 janeiro 2009

temos sete sentidos, como sabe *

já experimentou tocar, cheirar, saborear, ouvir, de olhos fechados?

não sei, talvez. acho que não.

quer aprender?

aprender?

(...) mesmo que você seja um intuitivo, o que significa que possui o sexto sentido, tem que treinar o corpo e o espírito para aceder ao sétimo, que é o sentido das artes. (...)

* Rosa Lobato Faria in "Linhos da Avó"

13 janeiro 2009

...ao sabor do corpo...

este corpo é o teu. se ele ainda não deu por isso, ensina-lhe os cinco sentidos.

a alegria de ver. de procurar, olhando, galas inesperadas, pormenores de beleza, uma orelha, um tornozelo, um ombro, o umbigo, as veias da mão, a nudez da nuca.

o espanto incomparável de ouvir: a espuma de um sorriso, o silêncio da testa, o cântico da seda, o apelo da pele.

a magia do tacto, capaz de todas as invenções: descobrir mistérios num dorso conhecido, profundezas do mar na rota do prazer.

e que dizer do olfacto? dos aromas de vento e de musgo, de castanheiros ao entardecer, de búzios e algas e mais acima, ao virar da cintura, da lúcia-lima e flor do aloendro.

e por fim o sabor. sabor da boca, sabor de todas as bocas que há no corpo, mágicas, prontas a largar o seu suco que serve para compor filtros e poções afrodisíacas que para sempre nos ensinam a parar o tempo, a adiar a morte, a esquecer a saudade, a saborear o corpo, esse desconhecido.

in "Linhos da Avó" de Rosa Lobato Faria

12 janeiro 2009

FALA

GRITA

ESCREVE

[mas verbaliza]

09 janeiro 2009

mails esperados

...lamento não ter grandes notícias para ti em relação a trabalhos, mas espero que encontres.
tudo de bom...

[ :S novidade seria se me escrevesse o contrário do que escreveu... e claro, escusado será dizer que se dispensava a última parte... fuck]

08 janeiro 2009

o teu rosto levanta voo com as aves *


abraço-te muito, se não te importas
*Al Berto


[Sister, I hear you laugh
My heart fills full up
I hope you always know its true
I would never make it through
We could make the sun go down
Just by walking away
Playing like we used to play
Our kingdom will never go away
Feel you beating in my chest
I'll be dead without]

...velhas trapaças...