29 maio 2009

a luz afoga-se no silêncio destes lugares desertos *



à porta da alba encontramos os mortos, com os cabelos emaranhados em tumultuosas estrelas. brilham, como pirilampos, ao fundo do túnel da noite. é para esse litoral que nos dirigimos.

* Al Berto, Praias, in Anjo Mudo



[isto não é al berto. é a tentativa de adiar a nossa ausência]

28 maio 2009

afinal de que tens medo?

tens medo de nós? anda para aqui... tenho a boca tão doce.

[não tenho medo não. mas não gosto, não gosto de ter estas conversas neste local e muito menos com o senhor
e não me corta a mão]

oh lover, i'm lost *

* Rachael Yamagata

isto não é Al Berto. é a nossa condição de sermos breves

sinto que há uma estranha eternidade naquilo que amámos e foi destruído
Al Berto

25 maio 2009

al berto personificado

- de que tens medo?







um ano e meio depois, al berto pergunta

- medo de viver?


[ouvir al berto desorienta pensamentos]

18 maio 2009

A ligação entre o desemprego e o horror. **

Poderá um homem que se encontra entusiasmado com uma determinada actividade comum transformar-se no dia seguinte num carrasco? Era esta a pergunta, (...)
** in Jerusalém de * Gonçalo M. Tavares

não te leves demasiado a sério, mas leva a sério o mundo *

[medo]

14 maio 2009

é pois um apaixonado que fala e diz: *

Há duas afirmações do amor. Primeiro, e logo que o apaixonado encontra o outro, há uma afirmação imediata (psicologicamente: deslumbramento, entusiasmo, exaltação, projecção louca de um futuro pleno: sou devorado pelo desejo, a impulsão de ser feliz): digo que sim a tudo (cegando-me). Segue-se um longo túnel: o meu primeiro sim está atormentado por dúvidas, o valor do amor está permanentemente ameaçado de depreciação: é o momento da paixão triste, a ascensão do ressentimento e da oblação. Deste túnel posso, no entanto, sair; posso «ultrapassar», sem liquidar; posso novamente afirmar o que já afirmei uma vez, sem o repetir, pois agora o que afirmo é a afirmação, não a sua contingência: afirmo o primeiro encontro na sua diferença, quero o seu regresso, não a sua repetição. Digo ao outro (velho ou novo): Recomecemos.

Nietzsche, na voz de * Roland Barthes in Fragmentos de um discurso amoroso

06 maio 2009

num instante de luz, descubro a saída dos meus labirintos *









* Eduardo Bettencourt Pinto

[Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão.
Gonçalo M. Tavares in o Senhor Brecht, O desempregado com filhos]
[sabes?]

Amo como ama o amor.
Não conheço nenhuma outra
razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além
de que te amo, se o que quero
dizer-te é que te amo?
Fernando Pessoa

não... não há palavras para descrever este amor maior!...
porque te amo apenas e só... apenas e só... como ama o amor...
tu sabes...


Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
Eugénio de Andrade

04 maio 2009

junto ao mar *


(...) a ternura de um olhar
não chega para iludir a embriaguez dos amores imperfeitos
* Al Berto

03 maio 2009

A falta de capacidade de respirar livremente, sem recordar os fantasmas, é a vontade de viver amarrado ao passado.
António Barreto

[indeed]

02 maio 2009

Aliás, todos sabemos que nos sentimos só relativamente bem. É bom aceitarmos o relativo.
Antonio Tabucchi, em entrevista à revista Ler

01 maio 2009

...velhas trapaças...