Há dias conversava com alguém que me falava daquilo que acho: elena ferrante não é uma escritora sublime. Não, não tem aqueles artifícios de linguagem deliciosos que um nabokov tem, que um roland barthes tem. (dos escritores mais difíceis que li). Mas tem aquilo de colocar em palavras, frases o que sentimos, o que experienciamos. Aqueles momentos difíceis do dia, aquilo que dói. E aquilo que queremos passar aos nosso filhos que os nossos pais nos passaram. E falo, aqui, da continuidade de afectos. Continuidade de afectos. É tão isso que queremos, que quero passar a quem vier e a quem é mais novo que eu. É, talvez, a melhor forma de preserver a memoria de quem nos fez, de quem me fez.
À ferrante por estes fantásticos quatro livros e que quem puder que os leia. E, por este fim de semana em que estou a dar e continuarei a dar continuidade ao meu afecto pelo meu companheiro de vida.
E, sim, continuidade de afecto.
(que assim seja)
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